Resenha: Os Filhos de Anansi – Neil Gaiman

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Mais uma vez, Gaiman em grande estilo.

O autor percorre um caminho parecido com o de Deuses Americanos, outra grande obra sua. Em Os Filhos de Anansi, da Editora Conrad, Neil Gaiman transita entre as histórias da mitologia africana em que os animais falam; recontando-as com seu jeito peculiar de reescrever histórias que estão, quase que, no inconsciente coletivo, mas através de seu jeito de narrar.

ESTA HISTÓRIA COMEÇA, ASSIM COMO A MAIORIA DAS COISAS, com uma música.

Afinal de contas, no começo havia as palavras, e elas vinham acompanhadas de uma melodia. Foi assim que o mundo foi feito, que o vazio foi dividido e que a terra, as estrelas, os sonhos, os pequenos deuses e os animais vieram ao mundo.

Eles foram cantados.

O livro conta a história de Charles Nancy, o qual tinha uma relação muito desagradável com o pai, pois este sempre o constrangia das piores formas possíveis. Por exemplo, o apelido que o pai lhe colocara, Fat Charlie, e que ele carregou ao longo da vida, mesmo que quando adulto não tivesse o peso acima da média. Depois de muitos anos, Charles Nancy fez questão de colocar um oceano de distância entre seu pai e ele, mas no momento em que está fazendo sua lista de casamento com a noiva Rosie, ela o constrange a convidá-lo. Ao ligar para uma vizinha do pai, ele descobre que tinha acabado de ficar sem pai e que deveria atravessar o Atlântico para o enterro. É então que a confusão começa, pois Fat Charlie fica sabendo que é filho de Anansi, o deus-aranha; e que tem um irmão chamado Spider.

Acho incrível como o autor consegue falar de algo que num primeiro momento parece denso e complicado, mas que na linguagem dele fica tão simples. Tudo o que falei foi só o princípio da obra e há muito mais a seguir, como a ligação com a música.

Para concluir, Neil Gaiman usa mais uma vez a fórmula de personagem principal utilizada em algumas de suas histórias, pois são desinteressantes e normais, a princípio, mas que vão crescendo durante a obra.

Recomendo a leitura!

OBS: Gosto mais da capa da 1ª edição, mas como o que tenho e li é a da primeira então usei esta que está no post.

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