Depois de comentar um conto do Rafael Lima por aqui (A Cidade Perdida , no livro Fantasias Urbanas), falo agora de um romance deste escritor brasileiro. Faço questão citar sua nacionalidade não por ser patriota, vocês sabem que não ligo pra isso, mas por apoio à literatura em nosso país. Melhor ainda é, como no caso do Rafael, poder dizer que nossos autores não devem em nada para os de fora.

Os Reis do Rio, de Rafael Lima, publicado pela Editora Draco, é um livro daqueles que quando se começa a ler, somente se pode soltá-lo ao terminar. Conquanto tenha uma conhecida essência carioca, Rafael Lima leva o leitor num passeio alucinante por um futuro tenebroso. O palco da história, que sem dúvida caberia bem num longa metragem, é a cidade maravilhosa no ano de 2189. Logo no início, nos deparamos com o personagem principal, William Costa, o qual acorda em sua cabana, no bairro-caverna Grota IV, e percebe que seu irmão sumiu. Não muito depois, ele recebe a visita da namorada de seu irmão, Lia. Reconstruindo as lembranças que lhe vem, Will percebe que Edu, seu irmão, havia sido levado pela Radius; uma organização que controlava o Rio de Janeiro depois da Guerra de Três Dias, em que bombas nucleares são utilizadas. Diante do desafio, o personagem principal parte em busca de resgatar seu irmão, com certeza que ele só poderia ter sido levado para um lugar: Iraputã, a base da Radius. Juntamente com ele, vão Lia e Ulysses, outro ótimo personagem que surpreende muito no decorrer da história.

Depois desta breve visão sobre o início da livro, chamo a atenção para os personagens criados por Rafael Lima de que ainda não falei, destaco dois:
Fabricio Mayer – o qual, sem dar maiores spoilers, aparece em um dos momentos delicados da viagem de Will; além disso, há uma ótima sacada do autor em fazer uma relação entre os antigos políticos e Fabrício.
Dílios Américo – o cronista da Rádio Rio Livre, na minha opinião ,é um dos pontos altos do livro; pois ele dá um tom diferente e bem humorado ao transmitir os ideais dos rebeldes a toda população do Rio de Janeiro.

Uma das coisas mais importantes que considero num livro é me fazer parar para pensar. Sabe quando você lê aquele trecho que você tem certeza que fez valer a pena ter lido o livro todoo? Para mim, foi o trecho a seguir:

“O que os cariocas têm necessidade, nesses dias tão reles, é de um motivo para levantarem no dia seguinte. Uma razão, nada mais, para conduzirem suas vidas e aguentar o ocaso. Precisam disso para reerguer sua casa. E, agora, que todos estamos em um momento chave para que isso aconteça, mais do que nunca é preciso ter coragem. Acima de tudo, esperança. E se as minhas palavras conseguem levar tal coisa aos cariocas, então sempre os direi, independente de quão “realista” minha visão sobre o futuro possa ser”. (pg. 194).

Fez-me pensar no que falo às pessoas. Tudo bem eu acreditar que as coisas não vão melhorar, mas nem todas as pessoas estão maduras o suficiente para conviverem com isso; então às vezes eu contribuo mais ficando calado ou não tocando neste assunto.

Enfim, recomendo a leitura deste livro para pensar, divertir-se e acima de tudo ter a certeza que se está lendo uma ótima história.

A REVOLUÇÃO ESTÁ PRÓXIMA! VIVA OS LIBERTOS!

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