“Tristan Thorn
Tristan Thorn
Nem sabe porque nasceu
E fez uma promessa tola
E agora suas calças, seu paletó e sua camisa estão rasgados
Por isso ele está aqui sozinho e infeliz
Para logo encontrar o desdém de sua amada
Wistran
Bistran
Tristan
Thorn.”
Uma vez eu li ‘Coraline’ e gostei bastante, mas então me disseram que existiam histórias melhores do Neil Gaiman, mais “maduras”. Fui procurar alguma delas e me deparei com Stardust. Não me decepcionei, ao contrário! Me surpreendi com a história que pode ser chamada de um conto de fadas para adultos. Particularmente, me pareceu algo como um “As crônicas de Nárnia” para gente grande e com talvez um toque a mais de realidade.
A história acontece mais ou menos assim: O jovem Tristan Thorn mora em um pequeno vilarejo chamado Wall, que leva esse nome devido ao muro que existe nos arredores da cidade, e que nenhum habitante pode atravessar, do mesmo jeito que nada pode passar por ele do outro lado. Ele é loucamente apaixonado por Victoria Forester, a moça mais bonita do lugar, que infelizmente não compartilha dos mesmos sentimentos. Mesmo assim, certa noite, depois de muita insistência, ele lhe faz uma promessa: para conquistar seu coração, fará uma jornada em busca de uma estrela que caiu na terra, para além do muro. Assim, depois de tentar sem sucesso passar pelo muro e com uma revelação de seu pai que mudou esse fato, ele parte para além do que conhece e a história de verdade começa.
No outro lado do muro, Tristan encontra um mundo completamente diferente, com magia, fadas, bruxas e coisas que ele jamais imaginou poder existir. E conforme se aventura pelo novo, descobre que sua busca vai ser mais difícil do que ele imaginou, pois nessa nova terra tudo é diferente e todo cuidado é pouco, pois ele não é o único que procura encontrar a estrela (que também não é exatamente o que se espera de uma estrela). O final não é o que se espera para um conto de fadas tradicional (com o “felizes para sempre e todo o resto), mas como esse não é um, terminou muito bem a trajetória de Tristan Thorn.
Por fim, uma outra coisa bacana é que o livro é encantador em vários aspectos. A história me envolveu de maneira total, com uma narração rica e repleta de ironia e com momentos realmente sombrios (o que imagino ser uma marca das obras de Gaiman) combinados com partes que parecem saídos de um conto de fada feliz. Mas como o título desse texto já diz, Gaiman não trabalhou sozinho… Todas as imagens do livro (e são muitas: 175) , foram detalhadamente feitas pelo artista Charles Vess, e retratam de uma maneira belíssima algumas aventuras escritas. Abaixo trouxe algumas de maior destaque: