Salário anual de R$ 2.300,00 – Pronto para ser escritor?

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writingQuando paramos para pensar sobre a escolha de uma profissão a seguir, muitos fatores invadem a nossa mente a fim de que a nossa decisão seja a melhor possível. Alguns desses fatores estão a nossa vontade, a vontade de nossa família e, por fim, o quanto queremos ou pretendemos receber como remuneração sobre essa escolha profissional.

Obviamente que todos nós queremos um bom salário, ou melhor, um excelente salário e ao mesmo tempo, que esse salário venha acompanhado da nossa escolha profissional. Porém nem tudo é como nós queremos e, diante do quadro social e político ao qual nós nos encontramos, muitas vezes teremos um uma coisa ou outra. Ou ganhamos bem ou trabalhamos com aquilo que escolhemos. Poucos são os privilegiados que ganham bem executando aquilo que almejou profissionalmente.

Entre todas as profissões há as que necessitam de curso superior e outras não. Entretanto, escolher ser escritor vai além. Muito além. E não falo aqui da tão ‘famosa’ inspiração. Não, nada disso. Tudo bem que para ser escritor não é necessário ter um diploma universitário. Mas é preciso muito estudo. E quando digo muito estudo é muita luta, muita garra, muitos cursos, muita dedicação e mente aberta para aprender. Sim, porque ser escritor exige muita vontade de aprender. Aprender não apenas a escrever bem gramaticalmente, mas escrever com desejo de tocar o leitor.

Porém, após preencher esses requisitos vem a segunda parte: vontade da família. Vocês têm ideia de quantas famílias riem da cara daquela criatura que deseja ser escritor? Escritor não é profissão! Essa é uma das respostas de pais e mães desesperadas com a escolha do filho. E para piorar a situação: mãe tem sempre razão.

Pois aí surge a terceira pauta da nossa matéria: o reembolso salarial. Quanto ganha um escritor? Pode-se viver ou sobreviver somente escrevendo livros? Pois saiu, recentemente na mídia (Folha De São Paulo), uma matéria confirmando o que as mães já sabiam ou diziam: ”Maioria dos escritores ganha menos de R$ 2.300 por ano”. Pois é, segundo uma pesquisa feita, a renda média anual não ultrapassa os míseros R$ 2.300,00.

E a pergunta que não quer calar: Dá para sobreviver com esse salário?

Provavelmente, ou o aspirante a escritor desiste, após ler essa matéria ou segue em frente, tentando, insistentemente, mudar essa realidade. Segundo a reportagem, a principal meta dos escritores entrevistados é o desejo em escrever livros que vendam. E então surge uma nova questão: Mas qual é o problema nisso? Não tenho a resposta pronta, mas devolvo outra pergunta: Por que não escrever para agradar? Para tocar o leitor? Para surpreender as pessoas com uma nova trama, novo enigma, novas perspectivas? Talvez, sem a preocupação, sempre presente, em vender, seja mais fácil produzir um texto que seja mais comercial ao final das contas. Seriam caminhos novos que encontrariam o ponto desejado. De repente aí sim, os escritores possam contentar a todos: uma profissão bem remunerada, com pais orgulhosos e um escritor satisfeito.

Mas que é um balde de água fria naqueles que são ou desejam ser escritores, ah, isso é.

E então, vai encarar a profissão?

 

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