Logicamente, o título é uma brincadeira, mas não sem uma dose de verdade, como toda que se preze.
Nesta semana, estudando um pouco sobre estilística, debrucei-me sobre o excelente livro A técnica literária e seus problemas, de Carmelo M. Bonet. Contudo, não vou me propor a cansar-lhe com um assunto que talvez não seja do seu interesse, porém chamar-lhe a atenção para algo inusitado que acontece com o idioma, os estrangeirismos; Bonet define a expressão como “…a palavra forasteira que introduz e se acomoda em outro idioma”.
Como leigo no assunto dos estrangeirismos – como, suponho, a maioria das pessoas –, não poderia imaginar nem de longe que o nosso português é um verdadeiro caldeirão de palavras importadas e “aportugueisadas”. Algumas se tornaram tão comuns, que parecem-nos naturalmente a nossa língua nativa. Vamos a alguns exemplos que achei curiosos:
Chance – do inglês chance.
Lanche – do inglês lunch.
Filme – do inglês film.
Bar – do inglês bar.
Clube – do inglês club.
Teste – do inglês test.
Recorde – do inglês record.
Sanduíche – do inglês sandwich.
Chofer – do francês chauffeur.
Banal – do francês banal.
Hotel – do francês hotel.
Elite – do francês élite.
Estes são somente alguns exemplos, entre vários que poderiam ser citados. Sobre isto ser benéfico ou não para o idioma, Carmelo M. Bonet encerra o capítulo sobre o assunto com uma declaração apaixonada do escritor Rubén Darío “…certas particularidades de outros idiomas, são utilíssimas e de incomparável eficácia num transplante apropriado”.