No último domingo (30/12), o escritor peruano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, elogiou no jornal El País a escolha feita pela revista The Economist, que apontou o Uruguai como país do ano, em decorrência da legalização da maconha e do casamento gay.
Ele destacou que o Uruguai, “diferente da maior parte dos países latino-americanos, tem uma antiga e sólida tradição democrática”. E na infância dele, Vargas Llosa, era chamado de “Suiça da América”, tamanha “força de sua sociedade civil, o fortalecimento da legalidade e umas Forças Armadas respeitosas dos governos constitucionais”.
O autor de A Cidade e os Cachorros e A Festa do Bode, além de outros livros, traçou a trajetória política de Mujica, grande responsável pelas decisões tomadas no Uruguai, ressaltando que o presidente foi guerrilheiro na juventude, “respeitou as instituições democráticas”, e deu ao seu país “uma imagem de país estável, moderno, livre e seguro, o que permitiu o crescimento econômico e a promoção da justiça social”.
Sobre a legalização da produção e consumo da maconha, Vargas Llosa defendeu que a decisão uruguaia será mais bem sucedida se vier acompanhada pela decisão de outros países, gerando um “acordo internacional que envolva tanto os países produtores como os consumidores”.
“O importante é que a legalização seja acompanhada por campanhas educativas – como as que combatem o tabaco ou demonstram os efeitos nocivos do álcool – e de reabilitação. A liberdade tem seus riscos. O governo uruguaio entendeu isso e deve ser aplaudido. Oxalá outros governos aprendessem a lição e seguissem esse exemplo”, acrescentou ainda.
Quando abordou o casamento de pessoas do mesmo sexo, o escritor disse: “tende a combater um preconceito estúpido e a reparar uma injustiça que milhões de pessoas tem sofrido (e seguem sofrendo na atualidade) arbitrariedades e discriminação sistemática, desde a fogueira inquisitorial até o cárcere, o assédio, a marginalidade social e atropelos de toda ordem”.
E você, concorda com Vargas Llosa?