Carta de amor a um escritor conhecido em uma oficina literária

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Carta de amor a um escritor que conheci em uma oficina literária

Oficinas literárias, cursos de escrita criativa e outras atividades ligadas à Literatura, além de ajudar a desenvolver textos, são excelentes para conhecer pessoas novas que também nutrem a paixão pelas letras. Dessa troca, professores e colegas falam de livros e autores que você eventualmente não conhece, descortinando espaços inexplorados e riquíssimos. A indicação fica ainda mais interessante quando os tais “escritores desconhecidos” são mestres nas formas e nos tons que você gostaria de aplicar em suas próprias narrativas. Foi neste contexto que o nome de Thomas Bernhard chegou até aos meus ouvidos (ou seria melhor aos meus olhos?).

Não precisei ler muitas páginas de O Imitador de Vozes, Meus Prêmios e O Náufrago para simpatizar com o “antipático” escritor austríaco, que morreu em 1989. Era justamente por esta “persona” literária que eu estava procurando havia muito tempo. Com o arrebatador Origem, Bernhard entrou para o meu panteão de grandes nomes. Quanta ironia, sarcasmo e acidez!

O interessante é que a toada com que Bernhard leva seus textos é bem parecida com a qual eu desejo imprimir no que eu mesmo escrevo. Por isso, ler a obra do escritor austríaco ultrapassa a simples fruição literária e se aproxima de uma pesquisa de campo, na qual observo soluções empregadas e caminhos escolhidos pelo autor para, de alguma forma, encontrar a voz do narrador que está ganhando vida no meu atual exercício de criação.

Nem preciso dizer que a brincadeira tem sido bem divertida, pois dá aquela sensação de que “alguma coisa” está ganhando forma e que a obra de Bernhard me coloca nos trilhos do que eu realmente gostaria de fazer. Ainda há muito o que percorrer, desenvolver, burilar, ler, escrever, mas, pela primeira vez na minha vida criativa, sinto que algo está surgindo!

É por essas e por outras que oficinas literárias, cursos de escrita criativa e demais atividades ligadas à literatura são tão produtivas. Mais do que trabalhar o texto, parte fundamental deste processo, ela amplia os seus horizontes literários e ajuda você a encontrar os seus próprios caminhos!

Mãos à obra e olhos atentos!

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