Precisamos falar de cinco livros de George Orwell que quase nunca são lembrados, tanto pela crítica quanto pelo público
A obra de George Orwell é sempre recomendada em algum lugar, seja no ensino médio, quando A Revolução dos Bichos se torna uma leitura obrigatória em alguns colégios, ou até mesmo nas universidades, quando nos indicam o mesmo livro que já foi lido antes. Além do famoso A Revolução dos Bichos, outro livro manjado é 1984. Quem é leitor, minimamente sabe ou já ouviu falar dessa magnífica obra.
Esse post é, especificamente, para falar dos livros de George Orwell que quase nunca são lembrados ou que passam batidos, seja pela crítica ou pelo público.
Dias na Birmânia
Dias na Birmânia foi a porta de entrada de George Orwell no mundo da literatura. O autor narra, em formato romanesco, sua experiência como soldado do exército inglês na antiga Birmânia, hoje Myanmar, à época uma colônia britânica.
Um pouco de ar, por favor!
No Brasil, Um pouco de ar, por favor! saiu também com o nome de Na sombra de 1984, talvez a mais fraca narrativa orwelliana. Com o mote de que a obra explicaria os fatores que culminariam na chegada da guerra e do totalitarismo de 1984, o intuito se desfaz ao lermos uma morna história de um homem de meia idade que se vê relembrando o passado e a infância às portas da 2ª Guerra Mundial. Um livro ruim? Não, longe disso, mas muito aquém de outros livros do velho Orwell.
O caminho para Wigan Pier
George Orwell se revezou em ampla produção intelectual – escreveu literatura ficcional, livros-reportagem e artigos políticos para jornais. Um exemplo de sua obra voltada para a experiência real narrada in loco é O caminho para Wigan Pier, relato que traduz toda a dificuldade das classes trabalhadoras inglesas das minas de carvão no início do século XX.
VEJA TAMBÉM:
5 Grandes Romances Distópicos
A carta de Aldous Huxley para George Orwell
Mais 7 livros para entender política
O que diria George Orwell se visse o BBB?
Na pior em Paris e Londres
George Orwell era de um tempo em que os intelectuais não jaziam em suas cadeiras estofadas baforando ar-condicionado – era do tempo em que esses iam para a rua e procuravam o contato com os problemas sociais, deixavam um pouco de lado os jargões acadêmicos e vivenciavam na pele as experiências. Assim foi em Na pior em Paris e Londres, obra essa que marca a experiência do autor no mundo do subemprego e da mendicância nas esquinas de Paris e Londres propositalmente para descrever o dia a dia da população desses países.
Lutando na Espanha
Pra finalizar esse giro pelos livros que podemos chamar de “coadjuvantes” na obra de George Orwell, Lutando na Espanha não é somente um relato flagrante das condições da guerra, como também um documento histórico sem precedentes.
Mais uma vez, o autor se embrenha fisicamente no ambiente que dará cor à narrativa, e esse ambiente é a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Nessa empreitada, Orwell quase perderia a vida, uma vez que levou um tiro de raspão no pescoço, o que o fez retornar para casa.