Autores e seus cães

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Em alguns casos os cães são a inspiração

Stephen King de boa com seu cachorro

Fiéis companheiros, os cães parecem também ser fontes de inspiração para muitos autores, que não cansam de exaltar as qualidades e travessuras dos pets.

Eles estão sempre por perto, oferecendo amor incondicional, lambidas, latidos, brincadeiras e alento em noites insones de escrita ou de falta de ideias. Em alguns casos, são a própria inspiração. Deve ser por isso que muitos escritores famosos sempre fizeram questão de se deixar fotografar ao lado de seus fiéis escudeiros, guardando para a posteridade uma parcela de responsabilidade pelo sucesso de suas obras. É como se fossem um Rocinante, o famoso cavalo de Dom Quixote, só que da vida real, levando esses autores a ter companhia para travar as batalhas criadas pela imaginação.

Stephen King é um deles. A cadela Molly, da raça Corgi, é sempre chamada pelo escritor de A coisa do mal (The thing of evil). O escritor costuma postar várias fotos nas redes sociais acompanhado da cachorrinha sapeca e ainda das travessuras, como o dia em que Molly destruiu muitos papéis. Mastigar coisas parece ser o passatempo favorito da pequena Corgi, talvez, seja essa a razão de ter ganho um apelido tão maligno. As imagens são sempre acompanhadas de minirrelatos do dia a dia e das supostas maldades que Molly apronta. Em uma das postagens, King relata: Molly, também conhecida como “a coisa do mal”, deita ao lado do cadáver de mais um brinquedo destruído”.

Talvez tenham sido os cães de King que o tenha inspirado a escrever O cemitério (Pet Sematery). O romance foi escrito em 1983, um dos mais terríveis do autor. É sobre o médico Louis Creed, que vai viver com a esposa e filho em uma idílica região do Maine, mas que guarda no cemitério local segredos que perturbam a mente dos que se aproximam. No Brasil, a história ficou bastante conhecida pelo filme de apelo trash intitulado aqui como Cemitério Maldito (1989). À época, King era tutor de Marlowe, outro cachorro da raça Corgi.

Neil Gaiman e seu cão de guarda

Neil Gaiman se inspirou nas histórias de Rei Arthur para dar nome a Cabal, cachorro resgatado pelo escritor em 2007 em uma estrada norte-americana. O companheiro de Gaiman tinha a pelagem tão branca quanto a descrita nas lendas arturianas e era o único a estar junto do autor quando ele se refugiava em uma cabana isolada para escrever e também o acompanhava nas “caminhadas para se inpirar”, de acordo com relato no blog do escritor. Quando o cachorro deixou este mundo, Gaiman dedicou o poema The Power of the Dog (O poder do cachorro), do autor britânico Rudyiard Kipling, para Cabal. O texto fala sobre o amor que podemos sentir por um cão e como ficamos arrasados ao perdê-los.

Pinka era a cocker spaniel de Virginia Woolf. A cadela inspirou o livro Flush:

O casal Woolf e sua prole canina

Uma biografia. A obra é uma biografia imaginária da cachorra da poetisa da era vitoriana Elizabeth Barret Browning. Pelos olhos do bicho, Woolf faz uma dura crítica à sociedade da época.

John Steinbeck, quando sentia-se sem inspiração, colocava o poodle Charley na carroceria de uma camionete e simplesmente viajava até que, em 1960, atravessou os Estados Unidos de ponta a ponta. A jornada foi transformada no livro Viagens com Charley, relato de estrada cuja inspiração foi conhecer como realmente viviam os norte-americanos na chamada “Nova América”. Steinbeck, entretanto, não gostou muito do que viu.

John Steinbeck e seu cão

Willian Faulkner tinha dois cães de caça Feist, bastante parecidos com o Jack Russell Terrier. Os cachorros foram fonte de inspiração para o escritor e o mesmo tipo de cão aparece em O som e a Fúria (1929) e Desça, Moisés (1942). A foto icônica foi feita por Henri Cartier-Bresson, em 1947, no jardim do escritor.

William Fauklner e seu cão

Gertrude Stein, Alice e a cachorra ToklasBasket era a poodle de Gertrude Stein e sua companheira Alice B. Toklas. Segundo consta em entrevistas concedidas por Toklas, o nome Basket (cesta) seria porque o cachorro era tão bonito, que poderia carregar uma cesta de flores. Stein e Toklas também já tiveram um chihuahua de nome Byron. Mas quem ficou famoso mesmo foi Basket, que ganhou uma foto importante na revista Life com suas donas em 1944. A imagem foi clicada pelo fotógrafo Carl Mydans.

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