12 conselhos de ‘Como ser Escritor’

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A partir de Christopher Vogler e Joseph Campbell, chegamos aos 12 conselhos para tornar sua trama interessante e como ser um escritor diferenciado

Jornada do Heroi . Cover
A jornada do herói e suas etapas

Como nomear caminhos e receitas mágicas para o sucesso de uma obra? Há como? Claro… que não! Não existe receita pronta para algo que seja original, que ninguém nunca tenha visto antes. Se houve, então teríamos uma grotesca enormidade de obras originais brotando de todas as bandas do mundo.

Entretanto, há como identificar fatores e necessidades gerais das quais as histórias e método de serem contadas podem ser enquadradas.

Para tanto, há de se iniciar do começo deturbado e sobrecarregado de coisas a se pensar, refletir, pesquisar (muito), refletir mais, anotar, pesquisar mais, pensar mais um pouco, e enfim escrever alguns rascunhos para enfim ter de fato o resultado final.

Sim, é um processo lento, mas imensamente recompensador.

Criar, pensar numa forma diferente de contar uma história, desenvolver um protagonista (herói), um antagonista (vilão), personificar o mau e o bem de forma a não serem personagens, pensar em personagens secundários, inventar mundos fantásticos, co-criar uma versão diferente do mundo que estamos, desenvolver personalidades, trejeitos, dialetos, formas de falar, coexistência de personagens totalmente diferentes num mesmo texto, criar peculiaridades, romance, refugio cômico, e tudo mais que possa caber numa lista infindável de afazeres para se criar um trabalho literário que não seja no mínimo medíocre. Esse é o desafio fruto do grande reboliço dentro das mentes criativas de potenciais e já experientes escritores.

 Se algo merece ser feito, que seja bem feito.
Pois, quem não pensa, o corpo sofre!

Bisavó Dindinha e Avós Marias

Como todo trabalho, oficio ou profissão a ser desempenhada, a necessidade de ser um profissional naquilo que se propõe a fazer é  essencial. No entanto, muito do que invade o mercado literário brasileiro atualmente, não passam de material ruim, com histórias interessantes a princípio, criativas, talvez até de cunho original, e que ao final do livro, ou até mesmo durante seu desenrolar, acabam por deixar a desejar, seja por um teor fraco, seja, acreditem se puder, por não ter uma conclusão direta ou lógica, seja falta de verossimilhança, falta de trama, ausência de enredo, enfim: falta de tudo… ou por simples falta de capacidade do proposto escritor de conseguir efetivamente expressar no papel suas ideias de forma lógica e condizente.

Realmente, há muitos livros que compensam, e muito, serem largados depois de iniciada a leitura… eis os editores e analisadores de originais das editoras comerciais que não deixam isso em duvida! Mas, isso é tópico pra um outro post.

Escrever uma história que consiga morder o leitor e não fazê-lo mais largar do livro!
Eis o desafio.

Muitos autores iniciantes reclamam do monopólio e antro fechado das editoras comerciais, e estão cobertos de razão. É assim mesmo! Entretanto, ao mesmo tempo as editoras comerciais reclamam da imaturidade literário dos preponentes a publicação de suas obras.

O jogo se mantem empatado: editoras de um lado querendo difundir a literatura no país e lucrar, do outro lado aspirantes a escritores que não têm formação suficiente para desenvolver trabalhos no mínimo medianos – quando os parentes e amigos dizem que sua obra é legal, não vale!

Os iniciantes não têm embasamento teórico ou experiência escrita suficiente para entenderem o motivo da recusa de suas obras. Essa é a justificativa que muitas editoras dão e deixam os autores realmente fulos da vida.

Problemas mercadológicos aparte, poderíamos questionar e tentar resolver os problemas dos dois lados: será que num país que não há universidade para formação de autores (sim, há esse curso em outros países), é justo reclamar de algo sem ter capacitação para tal?

Será que conseguimos nos qualificar sozinhos?

Sim, podemos! Francine Prose ensina muito em suas obras.

Portanto, voltando ao foco dessa matéria, essas são as dicas essenciais a novos autores que podem até já terem usado os fatores citados, talvez de forma consciente ou inconsciente. Mas, quem sabe aprendendo mais, consigam melhorar suas obras e atingirem seus objetivos de forma mais eficiente e eficaz.

Enfim, vamos ao que há.

Como no twitter #ficaadica: os livros que conseguem segurar e conquistar um leitor nas primeiras 10 (dez) páginas, e ao menos manter o mesmo nível de qualidade dessas páginas, porém por toda a extensão da história… sim, esta obra será totalmente lida. Claro que faltará muito para conseguir elogios tais como “excelente, ótima, de pirar a cabeça”, talvez até uma qualificação como “épico”. Mas, ainda assim, será lido. O leitor foi mordido pela obra!

Porém, mesmo depois de fazer algo interessante nas primeiras dez páginas, ainda faltará muito que aprender para enfim chegar a um nível semi ou até profissional da escrita: irá praticar todos os dias de sua vida, e quanto mais aprender e descobrir, mais enxergará que não sabe nada ainda! Stephen King que o diga, vive da sua literatura e diz que há a necessidade de se destruir e reconstruir dia após dia.

O mercado é voraz!

Já citados e voltando a falar deles, desta vez de forma um pouco mais completa, Joseph Campbell e Christopher Vogler, entre muitos outros, revolucionaram a forma de enxergar como uma história, um mito, um símbolo, é criado, contado, narrado, recebido pelo Homem, e, principalmente, como essa formula é reutilizada inúmeras vezes pelos tempos e história humana, e ainda funciona! Ambos inovaram em seus campos de conhecimento, cada qual se destacando por uma obra em específico.

Campbell pelo livro O Herói de Mil Faces, prova que de fato ser um dos maiores estudiosos e mais profundo intérprete sobre a mitologia universal, destacando no livro, que independentemente da quantidade de mitos ou em que tipo de círculo cultural, religião, credo e até época da história humana estiver inserido, a interpretação e respostas são semelhantes às necessidades da psique do Homem, sendo então um efeito atemporal. Entre os símbolos é relacionado símbolos intemporais e outros detectados nos sonhos pela moderna psicologia profunda, ponto do qual parte a interpretação oferecida por Campbell.

O autor ainda considera o ponto de vista psicológico das faces ocultas atrás do verdadeiro ser humano, e compara palavras de igual teor proferidas por diferentes figuras que representam as mais diversas linhas dos mitos humanos, são eles: Moisés, Jesus, Maomé, Lao-Tzu e anciãos de tribos australianas (isolados continentalmente e independentes da linha histórica como a conhecemos).

Oculto por detrás de uma milhar de faces, emerge o herói por excelência, arquétipo de todos os mitos.

Já Christopher Vogler é um renomado e conhecidíssimo “analisador de roteiros hollywoodianos”. Isso mesmo, sua função era ler, analisar, aprovar ou descartar roteiros que chegavam aos montes para os estúdios, tal como originais (livros) chegam para as editoras comerciais diariamente. Tudo fruto de desconhecidos tentando conseguir seu lugar ao sol.

Vogler, então, desempenhava suas funções por volta dos anos 1980, selecionava os melhores roteiros/histórias, indicando para filmagens ou animações, tudo ainda quando jovem – meia idade. Entre muitos destaques da lista de sucessos que ele vislumbrou, idealizou e passou a tocha à frente, há  esse caso específico que também foi o que ajudou a Disney a sair de uma maré de filmes/animações fracassados, sendo o longa O Rei Leão. A história tem temas universais e família, temperados com drama e comédia. Tudo servido num prato de trama comum aos olhos dos espectadores, todavia com um molho novo e uma roupagem inovadora, o que consistia no enredo.

C U R I O S I D A D E
Vogler estudava cinema na mesma universidade que
George Lucas frequentava, e ambos partilhavam da mesma admiração:
as ideias de Campbell.

Essa interessante admiração ecoou por Hollywood, um trabalho de análise e reestruturação total da ideia inicial de Lucas com o então desconhecido rascunho chamado Star Wars aconteceu sob consultoria total de Campbell.

Então veio Spielberg, que queria fazer um filme sobre Jesus Cristo e depois da consultoria feita com Campbell acabou saindo o roteiro do longa ET, sucesso dos anos 1980. Meio louco, não? O que Cristo tem haver com o ETzinho?! A estrutura será vista logo abaixo, mas explico agora por meio de exemplo: se repararem bem, o filme (história) ET tem todas as características do “mito” da história de Jesus. Um momento claro disso é ao final do filme quando o ET morre – e ressuscita. Ou quando ele quer voltar pra casa (no céu), ou por ele ser uma criatura de outros e altos conhecimentos, por curar enfermos, por ser dócil e por ter vindo do céu, procurem e encontraram muito mais sobre esse assunto. O mito foi recontado, e com sucesso, bastou usar a mesma formula, receita, e mudar o chocolate por morango que o bolo teve outro sabor. Por fim, ainda no exemplo anterior: não são todos que gostam dele (ET), mas ele é digno de ser amado por todos. É perseguido, sobe aos céus após ressuscitar, é bom etc.

Explanando mais amplamente: George Lucas fez uma longa consultoria com Joseph Campbell antes de finalizar os roteiros dos três primeiros filmes do Star Wars (Episódios IV, V e VI – para os que se questionam sobre os números: são os filmes antigos da saga), o resultado foi o revolucionário longa metragem de ficção que virou febre na época de seu lançamento e conquista fãs até os dias de hoje!

A Disney aprendeu bem, e comprou a franquia Star Wars de Lucas há algum tempo. O próximo filme da saga, O Despertar da Força, será lançado em breve. Assistam e voltem nesse post. Releiam-no e comentem se a receita foi reutilizada.

Enfim, Vogler se destacou por sua publicação A Jornada do Escritor, onde faz um trato temporal de culturalização e interferência social sobre a estrutura das histórias contadas. Ele cruza análise mercadológica, demanda e principalmente o tipo de oferta que o público proporciona para que uma obra seja não apenas comercial, mas sim aceita pelos leitores, absorvida, tudo sob uma visão do inconsciente coletivo. Nesse ponto entra o entendimento holístico e micro do pretendente a autor.

De forma mais simples, Vogler tentar passar:

– Olhe para o mercado, para o público;

– Olhe o que o público tem gostado, julgue e olhe novamente. Repita isso inúmeras vezes, você também faz parte desse público. Logo, se quiser enxergar o que todos não vêm, precisará de treino e tempo;

– Olhe o que já existe;

– Olhe o que tem;

– Analise;

– Tenha ideias;

– Tente enxergar o que o público quer e ainda não sabe que quer;

– Viu o que tem em mãos? Analisou? Agora, então, ajuste ao que o público quer! Pronto, está fadado o seu sucesso.

*Trecho do curso: Gestão Empreendedora em Arte e Cultura
ministrado por Maik Bárbara (SENAC – FRANCA SP / 2012)

 

Exemplo claro desse tipo de análise que pode ser expandida para qualquer setor do mercado capitalista é o lançamento do primeiro aparelho smartphone que de fato vingou: o iPhone.

Em resumo, um smartphone passou a ser um aparelho que não existia, que ninguém tinha ou sentia falta de possuir, que ninguém usava, mas que quando apareceu: ninguém mais podia viver sem!

Essa é a sina do sucesso daqueles que enxergam as necessidades ocultas do consciente coletivo social no nicho que almeja.

Partindo do princípio que você, leitor dessa matéria, já leu o livro A Jornada do Escritor, e se não leu procure fazê-lo… vamos ao que interessa jovem Padawan: o escrevinhamento das ideias.

Pois bem, escrever não é apenas uma arte, há também técnica, tanto gramatical quanto estrutural, e para tanto, Vogler e Campbell citam uma receitinha de bolo que vem dando certo nos últimos 40 anos – ou seria melhor dizer: 40 séculos!

É valido ressaltar que foi dito “nos últimos 40 anos”, pois se repararem e fizerem um estudo baseado nos ensinamentos de ambos os autores, perceberão que em épocas passadas a esse período citado acima, as histórias em livros ou filmes eram contadas de forma diferente, tinham outro método de apelo para atingirem e prenderem o público na leitura, para a época era daquela forma que aceitariam. Vide exemplo de obras antigas tais como os clássicos dos mestres brasileiros: Machado de Assis, Clarice Lispector, entre outros. E também clássicos da literatura mundial, tal como O Dia em Que a Terra Parou ou Eu, Robô. Tramas e enredos contados num fluxo totalmente desconexo dos tempos que vivemos hoje.

Não que seja uma regra, mas funciona.

E, nem sempre um sucesso precisa ter todos os ingredientes. Todavia, após conhecer a estrutura desses dois autores, você leitor, irão começar a reparar e identificar essas fases do processo de desenvolvimento das histórias nos filmes que vê, nos livros que lê, nos contos que admira, e até mesmo nas piadas que ouve.

O Plot Twist, a reviravolta que surpreende e ludibria o leitor é o que o cativa!

Um fator que particularmente é visto em quase todo lugar é o momento quase morte. Clássico que ainda resiste ao tempo. Vocês irão descobrir o que é isso logo abaixo.

Traçando um paralelo em forma de exemplos durante as explicações, e utilizando de livros e histórias de ficção especulativa, fantásticas, terror e tudo mais, pode-se entender que as histórias são sempre histórias independentes de como são traduzidas para o publico.

Vogler inicialmente divide as obras em atos, sendo Primeiro, Segundo e Terceiro atos.

Cada ato tem suas passagens, essas passagens somam 12 no total.

 

12 Passos da Receita Mágica – para Hoje

 

1) MUNDO COMUM

Onde se cria um contraste nítido entre o mundo normal e o estranho Novo Mundo do qual o herói está por entrar. Exemplo: casa dos Durshey onde Harry Potter vivia e a diferença com Hogwarts.

2) CHAMADO À AVENTURA

Acontece o confronto ao empreender esse chamado, geralmente onde se clarividência o objetivo que o herói terá que cumprir caso aceite a jornada, a aventura. Exemplo: a inquietude em encontrar sentido na vida que o personagem Neo tem enquanto ainda dentro da Matrix.

3)  RECUSA DO CHAMADO

Onde há a relutância do herói pelo chamado, e sua dúvida o coloca a desistir do chamado. Geralmente é onde se gera fatores motivacionais para o herói e o enredo. Exemplo: o herói tem tudo pra desistir, e nada o faria seguir aquele caminho perigoso, a não ser…! – Isso sempre acontece nas histórias. É o pavio desencadeador.

4) ENCONTRO COM O MENTOR

Mentor, sábio, mestre, aquele que irá instruir e preparar o herói para o desconhecido. Exemplo: Obi-Wan na saga Star Wars.

5) TRAVESSIA DO 1º LIMIAR

É onde o herói irá lidar com as consequências de enfrentar o chamado à aventura. Ou, é onde ele se ferra de vez! Mas, também é onde acontece 3 fatos decisivos: o herói sai da zona de conforto e decide agir, efetiva ações, e começa a entender as consequências dessas ações. Exemplo: ainda no roteiro e filme de Matrix, Neo se vê do outro lado, e começa a enxergar que o outro lado não é tão bom para se viver quanto pensava ou dizem ser, mas ao menos dá respostas, e com suas ações começa a se destacar em treinamentos e demais aptidões que propõem a ele a desenvolver.

6) TESTES, ALIADOS e INIMIGOS (O VENTRE DA BALEIA)

Onde são impostos novos desafios, a trama cresce, o enredo fica mais nítido, aparecem novos personagens, aliados, inimigos, e provações que o coloca (arremessa) em aventuras. Exemplo: Simba conhecendo Timão e Pumba em O Rei Leão.

7) APROXIMAÇÃO DA CAVERNA OCULTA

Aqui é feito um paralelo com análise psicológica do herói e a necessidade inata humana de mudança. É onde há a primeira fronteira ou momento de fato perigoso ao protagonista. O Mundo Especial apresenta seu primeiro ponto ameaçador, e às vezes, letal! É a fase de aproximação do herói, quando ele figurativamente está em frente ao portão do caminho sem volta que tomou nesse novo “outro mundo”, onde enfrentará a morte ou o perigo supremo. Exemplo: na saga de livros O Senhor dos Anéis, Frodo quando abandona seus “guarda-costas” da Sociedade do Anel e foge de barco rumo a Mordor.

8) PROVAÇÃO SUPREMA (SOFRIMENTO)

O herói encara a possibilidade de morte e é levado à batalha contra uma força hostil, marcando um momento sinistro da obra (no caso de livros). É encarado não apenas como momento de vida ou morte física, mas também psicológica, colocando sua sanidade em xeque.

Em obras literárias um pico de leitura pode ser utilizado nessa fase, ou seja, aumentar o nível de fluência na leitura e consequentemente velocidade. Se bem trabalhados os fatores empáticos desde o começo da obra, e principalmente, neste momento, será exatamente nesse ponto que poderá ocorrer o “renascimento” do herói, onde ele se sentirá parte, um membro, daquele mundo novo e especial, consequentemente levando o leitor a sentir algo similar.

9) RECOMPENSA (SE APOSSANDO DA ESPADA)

Trata do arquétipo da mudança, quando o herói se apodera da “espada” em termo figurativo, significando que atingiu um dos objetivos de sua desventura, seja ele um tesouro, item, conhecimento, pessoa, entre muitos… o que ele estava buscando!

É o ápice do 3º Ato, onde muito se resolveu, mas ainda há perigo. Exemplo: Banguela e Soluço derrotam o gigantesco dragão ao final do livro Como Treinar o Seu Dragão, todavia ali ainda há perigo, pois despencam rumo à morte certa.

10) CAMINHO DE VOLTA

O segundo pico de aventura do 3º Ato, e onde um perigo iminente aparece e sem aviso prévio. Ocorre aqui o Momento Quase Morte. Exemplo: ainda em Como Treinar o Seu Dragão, a calda/leme do dragão Banguela se queima e o deixa descontrolado no ar, Soluço se solta de seu amigo reptiliano alado e cai em direção à morte. O gigantesco e vilão dragão vai ao chão caindo dos ares e morre, mas também Soluço e Banguela sofrem a queda. Todos acham que ambos morreram.

Esse ponto da Jornada do Herói é facilmente reconhecível em filmes, pois o desenvolvimento das imagens é mais rápida que em um livro, exemplos nítidos dessa receitinha de bolo na contação de histórias pode ser visto nitidamente: Simba dependurado no penhasco com seu tio maléfico por arremessa-lo à morte, Frodo e Sam presos pela lava e quase morrendo, Katniss e Peeta quase mortos ao final de cada livro da trilogia Jogos Vorazes, Homem de Ferro caindo ficando sem ar e preso num “buraco de minhoca” e caindo dos céus no filme Os Vingadores, entre muitos outros. Agora que você já leu isso, sempre identificará esse Momento Quase Morte, seja em filmes ou livros, ou nas histórias que escreve.

11) RESSURREIÇÃO

É um tanto obvio que é uma “ressurreição” de uma morte ou fato que aparentemente era “o fim”, mas não foi, e o herói emerge para a glória. Exemplo: seguindo com os dragões, Banguela consegue milagrosamente proteger Soluço durante a queda e ambos saem vivos. Não ilesos, mas vivos.

12) RETORNO COM O ELIXIR

Uma benção, o elixir, que em retorno ao Mundo Comum providenciará alguma benevolência ao mesmo. O Mundo Comum e Especial não precisão ser exatamente tão distintos. Os mundos podem ser o mundo cotidiano do herói e o mundo que ele conheceu durante sua aventura, mas que foi um mundo diferente apenas em seu sentido de ser vivido, sendo ambos parte de um mesmo universo, tal como se o herói é um professor universitário e seu mundo se resumir a isso, a dar aulas, e depois que teve uma aventura no mundo da espionagem internacional, volta à sua vida, ao seu Mundo Comum, mas traz consigo um algo a mais, um elixir, que fara a diferença para aquele Mundo Comum, porém com um “novo” professor. A mudança acontece, não no mundo, mas na personagem.

E isso foi apenas um esdruxulo resumo do que Vogler diz.

Imaginem Campbell, que tem seus livros bem mais condensados de conhecimento!

Pois bem: por que disso tudo?

Antes de responder, vejam e percebam um paralelo entre as semelhanças nos trabalhos de ambos os autores:

Semelhancas Vogler Campbell

Cambell tem um maior e mais detalhado conteúdo sobre a Jornada do Herói e essa riqueza agrega imensamente sobre o potencial escritor que alguém quer ser um dai. Estudá-los apenas fará bem ao pretendente a sucesso literário.

Por fim, abaixo segue um paralelo melhor exemplificado em forma de um super gráfico, que orgulho de mim mesmo por tê-lo feito – e deu mesmo um puta trabalho pra fazer -, nele pode se ver a evolução desde o básico conceito até os exemplos mais nítidos durante a saga dos três primeiros filmes de Star Wars (episódios IV, V e VI).

Jornada-Heroi.Maik.Barbara

 

Acima de tudo, o livro deve ter a essência de seu autor, e o toque de arte do mesmo como escritor. Isso é indubitável.

Ainda assim, o autor deveria conhecer as estruturas e formas que a psique humana pensa e atua tanto para desenvolver o que pretender escrever, como escrever com foco e objetivo, pois sua obra carrega o poder descrito na frase de Mario Quintana:

Os livros não mudam o mundo.
As pessoas mudam o mundo.
Os livros só mudam as pessoas!

Tudo para que as palavras escritas pelo autor possam realmente chegar ao leitor de forma a provocar mudança, seja ela intima, intelectual ou da forma desejada.

Escreva para você, não para os outros.
Quem escreve para os outros é publicitário,
você é escritor, se satisfaça!
Entretanto, se souber escrever bem,
então suas palavras irão agradar
não apenas uma pessoa…

Pós-Post

Para os mais visuais, há um excelente vídeo feito pela equipe TED que traça um paralelo entre os ciclos da Jornada do Herói de Campbell e 3 sagas populares de obras literários best-sellers da atualidade e que eventualmente se tornaram sucesso de bilheteria!

O QUE O TORNA UM HERÓI

*Clique na opção LEGENDA no rodapé esquerdo do vídeo para ter o texto em Português/Brasil.

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