O clichê dos escritores em ser original

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Nenhuma história é 100% original, todo autor tem suas inspirações e muitos baseiam seu enredo em algo já existente. 

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A originalidade é um desafio tanto para o escritor que está digitando suas primeiras palavras como o autor experiente com best-sellers publicados, e ela está presente em todos os gêneros literários. Desde que a humanidade começou a registrar suas primeiras histórias com a escrita, os arquétipos de personagem, estruturas narrativas e construções de enredo foram se desenvolvendo. E a partir disso, padrões de história tornaram-se populares e cada vez mais repetidos por novos autores. Os clichês literários começavam a tomar forma.

Nenhuma história é 100% original, todo autor tem suas inspirações e muitos baseiam seu enredo em algo já existente. Além disso, conforme o tempo passa fica mais difícil evitar o clichê. Por mais que uma ideia pareça original, provavelmente alguém já pensou (ou até mesmo escreveu) ela antes. O clichê também é um fenômeno muito ligado à moda literária de cada época, atualmente há uma saturação grande de histórias envolvendo vampiros e zumbis, por exemplo.

O autor que se preocupa em evitar um enredo já escrito pensa sempre em como inovar, e o faz de diversas formas: através de seus personagens, tentando montar personalidades marcantes; pelo cenário, criando algo novo ou mostrando algo já existente por novas perspectivas; ou misturando elementos de maneiras nunca trabalhadas antes. E assim cada escritor compete entre si num mercado em constante expansão para que sua história chame a atenção de algum editor e seja publicada.

As dificuldades de ter sua obra publicada vão desde achar o profissional certo para o gênero da sua obra até a diagramação e revisão do conteúdo, mas maior parte dos descartes se dá pela falta de originalidade. Portanto, para quem deseja seguir uma carreira de escritor, é essencial fazer um estudo de mercado e tendências para tentar se diferenciar ao máximo.

No entanto, atualmente observa-se um certo exagero no tratamento a obras consideradas “clichês”. Há uma exigência muito grande acerca da originalidade, e isto percebe-se principalmente no meio crítico. Se a história se parece um pouco com algo já visto antes, já enfrenta narizes torcidos. Listas inteiras de enredos clichês foram feitas: na literatura fantástica, ficção científica, romances e em outros gêneros.

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Será que todo clichê é ruim mesmo? (Fonte)

O problema é que essa pressão crítica vista por todos os lados pode desmotivar escritores amadores a publicar suas obras. Principalmente quando isto ocorre na internet, onde muitas vezes se vê mais comentários depreciativos que críticas realmente construtivas ou palavras de incentivo.

Toda história, clichê ou não, com um enredo coeso, personagens carismáticos e bem escrita terá um público-alvo. Há leitores que querem apenas uma boa história como passatempo, não uma obra prima. Portanto o escritor (inclusive o profissional) tem de se preocupar mais em fazer a melhor história possível do que se o seu enredo é original ou não. Tem de se pensar no leitor, sim, mas a primeira pessoa que tem de estar contente com sua criação é o próprio autor.

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