Os escritores italianos que você precisa conhecer

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Os escritores italianos que você precisa conhecer

“Hoje acordei com vontade de Itália”, disse ao meu amigo. É, vontade da emoção das canzoni, do charme do sotaque, da grandeza dos locais, do sapore da gastronomia e por que não do splendore da literatura? Vontade de Itália – la bella Italia! Pensei, por que não falar sobre alguns escritores italianos e suas obras para os leitores do Homo Literatus?

Senhoras e senhores, eu lhes apresento…

Dante Alighieri

Dante nasceu em Florença e estudou filosofia, teologia e os clássicos latinos. Casou-se com Gemma Donati, mas Beatrice Portinari foi seu grande amor (e inspiração!). Através de sua escrita, consolidou o idioma italiano moderno, que só considerava o latim clássico até então. Por questões políticas, foi acusado e condenado, terminado seus dias exilado.

A Divina Comédia (Divina Commedia) é basicamente o clássico da literatura italiana. Dividido em três partes – Inferno, Purgatório e Paraíso – este poema composto de cem cantos retrata a jornada de Dante na busca de si mesmo, numa espécie de retrospectiva da queda à redenção (história cristã). No caminho, ele será guiado por Virgílio e Beatriz, que representam a razão e a fé respectivamente (Virgílio foi inspirado em seu autor favorito e Beatriz em sua amada que o leva para um final feliz no Paraíso).

Giovanni Boccaccio

Considerado o criador da prosa italiana, Boccaccio gostava de traçar análises psicológicas em suas obras. Admirador de Dante, escreveu uma espécie de crítica à Divina Comédia em homenagem ao autor e viveu sua vida com destaques políticos e literários.

Decamerão (Decameron) é o conjunto de cem contos que, segundo o site Educar para crescer, é lembrado como compêndio sobre a perversão humana; que narra uma comédia humana repleta de críticas à sociedade da época. Trata-se da história de sete moças e três rapazes que buscam refúgio da peste negra em um castelo. O tédio logo toma conta e eles resolvem brincar de… contar histórias, é claro.

Nicolau Maquiavel

Um dos grandes nomes do Renascimento, Maquiavel exerceu diversos cargos dentro do governo, sendo até mesmo nomeado para missões diplomáticas. Historiador oficial da cidade-estado, escreveu livros sobre política e peças de teatro.

“Os fins justificam os meios”, será? Fruto da vivência política de Maquiavel, O Príncipe (Il Principe) é o livro de cabeceira daqueles que almejam o poder.

Umberto Eco

Famoso pelos escritos linguísticos e filosóficos, Eco atuou em grandes meios acadêmicos. 81 anos e eu me apaixonei por ele!, o currículo não tem fim…

O nome da rosa (Il nome della rosa) é excelente para aqueles que gostam de semiótica. A história fala sobre a viagem de um monge a um mosteiro italiano onde os habitantes vivem para os livros! Envolto em grandes conflitos, o assassinato de sete monges em sete dias/noites leva a uma busca pelo sentido das coisas.

Emílio Salgari

Fonte de inspiração para Umberto Eco e Gabriel García Márquez, Salgari é um dos italianos mais traduzidos em todo o mundo. Percorreu os mares como capitão, o que lhe proporcionou vasto conhecimento sobre o tema de sua principal obra. Suicidou-se em 1911.

Os Tigres de Mompracem (Le Tigri di Mompracem) é considerado o maior Best-seller italiano de todos os tempos. O livro trata das aventuras d’Os Tigres, piratas liderados por Sandokan, que combatiam o poder do império britânico e holandês. Idealismo, paixão e lealdade compõem a obra que apresenta uma espécie de Robin Hood malaio.

Italo Calvino

Membro por alguns anos do Partido Comunista e participante da Resistência Italiana contra o fascismo e o exército nazista, Calvino na realidade é cubano (seus pais, italianos, estavam de passagem pelo país), mas cresceu, viveu e morreu na Itália. Trabalhou em jornais e publicou livros que repercutiram internacionalmente.

A trilha dos ninhos de aranha (Il sentiero dei nidi di ragno) foi escrito por Calvino quando ele tinha vinte e três anos. Em meio à Segunda Guerra Mundial, Pin é um órfão que carece de compreensão de duas coisas: política e mulheres (!). Lançando um olhar de entendimento sobre o movimento de guerrilha na Itália, este livro fala muito a respeito da experiência que Calvino teve na Resistência.

Alberto Moravia

Pseudônimo de Alberto Pincherle, Moravia foi escritor e jornalista. Resistente “passivo” (como ele próprio se definia) do fascismo de Mussolini, jamais escreveu sobre o regime, ao contrário de Papini. Seguindo uma linha psicanalítica em suas obras, a vida de Moravia girou em torno de amores, política e história.

Os indiferentes (Gli indifferenti) apresenta personagens com certa fraqueza para lidar com a realidade. Imersos numa crise financeira, a família de Mariagrazia teima em manter as aparências, retratando o desdém de uma classe social incapaz de se reinventar. “… também lhe parecia, em razão de certo gosto fatalista pelas simetrias morais, que esse affair quase familiar era o único epílogo que sua vida merecia.”

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