Uma lista com cinco graphic novels imperdíveis para quem gosta de boa literatura – e quadrinhos, é claro
Alinhando desenhos poderosos com enredos fascinantes, as graphic novels não são quadrinhos comuns. Voltadas para o público adulto, são densas e por vezes perturbadoras. Suas tramas não são as típicas histórias de capa e espada a que estamos acostumados, mas um grande arco capaz de envolver o leitor mais exigente.
Para tanto, escolhemos cinco das melhores graphic novels para você adentrar nessa nova possibilidade de ler Literatura.
VEJA TAMBÉM:
O Perfuraneve
Dois Irmãos: o romance ou a HQ?
***
Sin City
Dividida em histórias menores, como contos, que formam o conjunto de Sin City, essa graphic novel de Frank Miller tem tudo que as grandes histórias de homens durões e female fatale da grande literatura. Com desenhos do tipo noir e personagens durões, suas tramas altamente psicológicas, cheias de metáforas estranhas e fascinantes, conduzem o leitor a outro panorama das tramas policiais. Ainda há seus personagens, todos cheios de uma moral ambígua numa cidade sem lei. A adaptação de Robert Rodrigues para o cinema, junto com o próprio Frank Miller, é visualmente fiel ao original, mantendo também as tramas intensas.
A piada mortal
Existem muitas versões para a origem do Coringa, arquirrival do Batman, nenhuma delas, porém, é tão poderosa e definitiva como esta escrita por Alan Moore. Nessa curta graphic novel, a transformação de um simples homem num psicopata anárquico é descrita de forma a chocar ao leitor – bem como fazer com que nos sensibilizemos com o vilão. A outra trama, que segue em paralelo com essa, mostra a piada do título. Mesmo para os quadrinhos do Batman, A Piada Mortal é sombria e densa, não recomendada àqueles que têm medo de saber até onde a mente humana é capaz de chegar. Não é à toa que Christopher Nolan usou o arquétipo do Coringa para recriá-lo nos cinemas.
Watchmen
Numa versão alternativa da década de 1980, na qual Richard Nixon ainda é presidente, a Guerra do Vietnã foi ganha pelos Estados Unidos e super-heróis estão aposentados, é que se desenvolve a história. O assassinato de Edward Blake, o Comediante, um ex-vigilante mascarado de humor sádico que passou a trabalhar para o governo é o estopim dessa trama detetivesca. Indo muito além de uma busca pelo culpado, Rorschach revela pouco a pouco algo muito maior por trás da morte do Comediante, capaz de mudar os rumos da humanidade. Aqui, Alan Moore vai muito além das convenções dos quadrinhos, misturando gêneros num mosaico interessantíssimo e instigante.
Oldboy
Provavelmente mais conhecido pela adaptação aos cinemas de 2003, Old Boy é provavelmente o melhor mangá escrito até hoje. Com uma trama que nos leva a uma catarse digna das tragédias gregas, Garon Tsuchiya nos leva aos recantos mais sombrios e perigosos da mente humana. A história acompanha a vida de Shinichi Goto, um homem comum de 25 anos que é seqüestrado aparentemente sem motivo. Ele vive isolado durante dez anos e, depois de fugir, corre em busca da identidade dos seus seqüestradores em busca de vingança. Porém, ao descobrir a verdade por trás do seu sofrimento, ele acaba descobrindo também algo mais perturbador, capaz de destruí-lo.
V de Vingança
Essa criação de Alan Moore e David Lloyd descreve uma década de 1990 alternativa, na qual uma guerra mundial surge, o fascismo toma o poder na Inglaterra e o temido big brother descrito por George Orwell em 1984 se torna real. Nesse contexto, surge a figura de V, um herói com máscara de Guy Fawkes pregando a anarquia como única forma de se reestruturar a sociedade. Metade uma história de rape and revenge, metade história apocalíptica, V de Vingança discute temas sérios como política, sociedade, comportamento humano, tudo isso misturado a inúmeras referências literárias, músicas e de cultura, popular e erudita, ao mesmo tempo. A versão cinematográfica dos irmãos Wachowski ajudou a popularizar a figura de V, mesmo que a mudando profundamente.