Resenha: Centauro – José Saramago

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Esta semana desatei a ler um pequeno livro de José Saramago, Objecto Quase. A obra foi publicada em 1978, um dos primeiros livros deste grande gênio.
No entanto irei falar apenas de um dos contos, Centauro.

O conto aborda a conhecida figura mitológica grega, mas de um ponto de vista diferenciado, como só o escritor português conseguiria. A história foca na vida do último centauro sobrevivente, que anda errante pelo mundo a se esconder dos homens.

“O mundo transformado perseguiu o centauro, obrigou-o a esconder-se”.

A imagem criada pelo autor me levou a um entendimento metafórico. Sofremos uma pressão constante das pessoas que estão ao nosso redor para que no centauro que somos “o homem” não esteja em paz com “o cavalo” (pode-se entender os instintos). Esta supressão social nos induz a uma vida vazia de significado e superficial, onde constantemente estamos fugindo de mostrar aquilo que realmente somos.

“Mas a parte que lhe cabia do mundo em que as mulheres viviam, era só a que satisfaria o cavalo, talvez o centauro, não o homem”.

Vale a leitura do conto para reflexão própria.

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