As Antiprincesas: personagens mais interessantes para as nossas meninas

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Antiprincesas, coleção infantil, conta histórias de mulheres longe dos estereótipos dos contos de fadas

Antiprincesas
Foto: Site Catraca Livre

Para a maioria das pessoas, o primeiro contato com a literatura é feito por meio do famoso “era uma vez”. Seja antes de dormir, embalado pela mãe ou pelo pai; na escola; ou aprendendo a ler: os contos de fada são carta marcada na educação e na formação primeira de inúmeras crianças. Sendo assim, vêm dessas histórias o imaginário e as noções pioneiras de vida e de sociedade.

Porém, as personagens apresentadas nem sempre são benéficos para os infantes. Desde muito jovem, o sonho das meninas é ‘ser uma princesa’. Só que os contos de fada tradicionais reforçam o antigo estereótipo de princesas indefesas e passivas, que esperam ser resgatadas por um príncipe forte e bonito. Será que isso é interessante para elas? Levando em conta a importância da representatividade, se sabe que a influência da mídia e da literatura na formação da personalidade é enorme, portanto, é preciso muito cuidado ao escolher o tipo de conteúdo que se veicula para o público infantil.

Infelizmente, o patriarcado é muito presente na nossa cultura, e ele é intensificado nessas representações clichês de príncipes e princesas. Porém, nos últimos anos, a mídia percebeu que as pessoas queriam uma mudança. A indústria cinematográfica inovou em 1998, com o lançamento de Mulan, filme da Disney que nos apresenta, pela primeira vez, uma princesa independente que luta pelos seus valores. Mais recentemente, vieram os ousados Valente (2012) e Frozen (2014) – esse último que ainda revolucionou os finais clássicos, dispensando o beijo do príncipe como salvação exclusiva. Mas e na literatura?

Consciente dessa carência de modelos femininos mais autônomos e livres, a editora Chirimbote iniciou a coleção Antiprincesas, que conta a história de batalhadoras mulheres latino-americanas. O primeiro livro foi baseado na vida de Frida Kahlo, importante pintora mexicana, além de ser símbolo do feminismo e da força das mulheres. Os próximos lançamentos serão contando a história de Violeta Parra, cantora e compositora, essencial para a cultura e o folclore chilenos; e Juana Azurduy, mulher de origem indígena, e militar boliviana que participou da luta pela independência da América Espanhola.

Ambos escritos por Nadia Fink, essas obras pretendem mostrar para as nossas crianças que existem outras possibilidades – inclusive, mais calcadas na realidade que na fantasia -, de decidir uma vida e uma carreira. Já conhecemos de cor a história de tantos homens, chegou a hora de descobrirmos o lado feminino da moeda. Pois essas “antiprincesas” são contra a passividade e a submissão; inspirando meninas a serem protagonistas ativas de suas próprias narrativas. Heroínas, por fim, gozando da liberdade que é poder escolher seu próprio caminho.

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