Resenha: A Maldição de Sarnath – H.P. Lovecraft

Sim! Fui apresentado a H.P Lovecraft, mas eu estava um pouco desconfiado que a qualquer hora ele me surpreendesse com um: BUUU! Tentando me assustar. Você tem que concordar que é o que se espera de um dos papas da literatura de terror, mas não foi o que ocorreu. Na verdade eu comecei a lê-lo e aos poucos ouvia uma voz áspera e sorrateira a me narrar a história com seu estilo único.

Eu não sabia em quem acreditar, mas estava cada vez mais ansioso para entrar para sempre na terra desconhecida, pois a dúvida e o mistério são a isca das iscas, e nenhum novo horror pode ser mais terrível que a tortura diária da banalidade.
(Pg. 76, Ex oblivione, H.P. Lovecraft)

No estilo de Lovecraft, horror e mistério caminham juntos com suas mãos descarnadas entrelaçadas pelos dedos em decomposição.

O livro A Maldição de Sarnath,da Editora Iluminuras, é uma coletânea de contos curtos e longos do autor. As histórias falam de: mistérios antigos; deuses terrestres e extraterrestres; o futuro da Terra, depois do homem; e claro, como não poderia ser diferente em histórias de terror bem escritas, o medo e as alucinações despertados pelo fantástico.

O livro tem os seguintes contos: Os outros deuses; A árvore; A maldição de Sarnath; A tumba; Polaris; Além da barreira do sono; Memória; O que vem com a lua; Nyarlathotep; Ex oblivione; Os gatos de Ulthar; Hypnos; Nathicana; Do além; O festival; A cidade sem nome; A procura de Iranon; O rastejante caos; Nas muralhas de Eryex; Encerrado com os faraós.



Deixo uma das citações que mais gostei do livro:

Vemos coisas apenas na medida em que somos formados para vê-las e não conseguimos alcançar nenhuma ideia de sua natureza absoluta. Com cinco precários sentidos pretendemos compreender o complexo e cosmos, embora outros seres com um leque de sentidos mais amplos, mais poderosos e diferentes poderiam, não só ver as coisas de modo muito diferente do que vemos, mas ver estudar mundos inteiros de matéria, energia e vida que nos são próximos mas não podem ser detectados pelos sentidos de que dispomos.
(Pg. 98, Do Além, H.P. Lovecraft)



Vilto Reis
Autor do livro "Um gato chamado Borges", professor de escrita criativa e apresentador do Podcast de Literatura 30:MIN.
Vilto Reis
Autor do livro "Um gato chamado Borges", professor de escrita criativa e apresentador do Podcast de Literatura 30:MIN.
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