Dizer que é um festival literário ainda é pouco, pois o que temos visto aqui em Extrema/MG é, na verdade, um encontro cultural que agrega várias Artes: música, teatro, cinema e literatura. Na sexta-feira (12/09), aconteceu a abertura do evento com o cantor Micael Chaves, recebendo o público com um som suave, mas que remete à riqueza cultural da música brasileira.
No sábado, as praças da cidade realmente receberam o público que veio para o evento. Começando pela Feira de Artesanato, depois pelas barracas temáticas e pela gincana com os estudantes.
Entretanto, o momento mais esperado pelo pessoal do festival, certamente, foram as mesas de debate e apresentação de autores. Na Tenda dos Estudantes, Santiago Nazarian bateu um papo divertido com o público jovem, falando de seu livro Garotos Malditos. A reação do pessoal foi ótima, com muitas risadas, principalmente das piadas politicamente incorretas do autor.
Já na Tenda dos Escritores, o debate “História Escrita” abriu o dia, com a presença de Clóvis Bulcão e Luis Fernando Emediato. Não faltaram provocações por parte do jornalista e mediador Cadão Volpato. De um lado, havia Bulcão falando da importância do escritor de biografias se apaixonar pelos personagens que escreve; e do outro, Emediato discutindo qual a postura de sua editora frente às leis contra biografias no Brasil.
Na mesa seguinte, o leitor acompanhou o debate sobre o tema “Palavras que narram sentimentos”, na qual João Anzanello Carrascoza, Andrea del Fuego e Marcos Peres intercruzaram concepções diferentes no modo de ver a ficção. Del Fuego enfocou a questão das diferenças entre seu primeiro romance Os Malaquias e, seu último, As Miniaturas; principalmente no que tange à mudança de linguagem, do lirismo no primeiro para um texto mais objetivo no segundo. Carrascoza citou as diferenças estruturais de um conto para um romance, comentando sua transição de um gênero para o outro. Já Marcos Peres abordou vários pontos da sua trajetória como escritor, entrando nos detalhes dos bastidores de seu livro ganhador do Prêmio Sesc de Literatura (2012/2013): O Evangelho Segundo Hitler.
A última mesa do dia contou com a presença de Thiago Dottori e Fernando Bonassi, dialogando sobre “Literatura vai ao cinema”. Dottori falou de sua experiência como roteirista, trabalhando em obras como VIPs, OS 3 e Pedro e Bianca. Bonassi contou um pouco de como foi ser co-autor de Carandiru e Cazuza – O tempo não para. A mesa também girou em torno da transposição midiática que acontece ao levar uma obra da literatura para o cinema.
Domingo é o último dia do evento (confira a programação aqui), que está sendo marcado como uma iniciativa digna de atenção, levando-se em conta o tamanho da cidade de Extrema, pequena, mas charmosa, e com grande potencial turístico.
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Veja outras fotos do evento abaixo: